Histórias de sucesso

  • Matheus Pucinelli de Almeida

    Tenista juvenil, campeão de duplas juvenil em Roland Garros 2019

    Atleta do Instituto Tênis

    Por Alexandre Cossenza

    Cerca de sete anos atrás, um jovem tenista de Campinas chamava a atenção pelo talento acima da média de sua faixa etária e recebeu um convite para conhecer as instalações do Instituto Tênis, um projeto com sede em Barueri (SP) que busca massificar o esporte levando a modalidade a escolas e procurando crianças com aptidão para a prática esportiva.

     

    Na época, Matheus Pucinelli tinha 11 anos. Ele e sua família gostaram do que viram: um projeto sério, com uma lista de patrocinadores realmente comprometidos em investir na base do esporte - entre eles, o Itaú Unibanco - um programa bem tocado pelo diretor-executivo Cristiano Borelli, com uma equipe técnica liderada por Chico Costa, ex-capitão brasileiro na Copa Davis, e um lema ambicioso: “Todos pelo número 1”. A meta é clara: formar o próximo brasileiro a liderar o ranking mundial.

     

    A relação do jovem Matheus com o IT foi se fortalecendo com o tempo. No começo, o garoto viajava uma hora de Campinas até Barueri uma vez por semana. Depois, duas. Mais tarde, três. Até que, aos 14 anos, se mudou de vez para o alojamento do Instituto (o mesmo usado esporadicamente pela seleção feminina de vôlei), passando a ser acompanhado mais de perto pela equipe composta de preparador físico, fisioterapeuta, psicólogo e nutricionista.

     

    O sucesso da parceria foi inegável. Aos poucos, o tênis de Pucinelli foi ganhando corpo, e o jovem passou a ser um dos principais juvenis do país. Em 2017, ainda com 16 anos, somou seu primeiro ponto no ranking mundial. Em 2019 foi o único brasileiro a entrar direto - sem precisar de convite ou de qualifying - na chave principal juvenil em Roland Garros.

     

    “Hoje, olhando para trás, acho que por conta de eu ter vindo cedo para o Instituto Tênis melhorei com um pacote bem completo. Na parte de disciplina, de morar sozinho; na parte mental, de focar no trabalho; na parte física, que vai melhorando com o tempo; e na parte tenística também. Foi uma evolução geral”, diz Pucinelli.

     

    E o tenista brilhou em Roland Garros. Além de avançar à segunda rodada na chave de simples, foi campeão de duplas ao lado do argentino Thiago Tirante sem perder nenhum set. Antes dele, o único brasileiro a levantar o troféu juvenil em Roland Garros foi Gustavo Kuerten, campeão de duplas em 1994 ao lado do equatoriano Nicolás Lapentti.

     

    Uma conquista relevante e que quase não aconteceu. Em 2018, graças a bons resultados, Pucinelli recebeu uma proposta para trocar o Instituto Tênis pela famosa academia americana IMG, com sede na Flórida, EUA. O jovem e sua família optaram por dar sequência ao trabalho feito em Barueri - o tenista só tem elogios ao trabalho realizado pelo IT e diz que tomou a decisão certa.

     

    “Por conta da estrutura e por conta do comprometimento dos profissionais. Todo mundo trabalha duro para dar o melhor suporte para a gente. Todo mundo está sempre pensando nos aspectos que a gente pode melhorar.”

     

    Roland Garros foi seu penúltimo Grand Slam no juvenil – após o US Open 2019, no fim de agosto, Pucinelli entrará de vez no mundo do tênis profissional. Não será novidade total para ele, que há alguns anos vem mesclando eventos juvenis com torneios do circuito ATP. Em 2019, pouco antes do torneio francês, foi semifinalista em um torneio com premiação de US$ 15 mil em Bucareste, na Romênia. E ele chega para buscar seu lugar na elite sabendo bem o valor do apoio que recebeu do IT e seus patrocinadores.

     

    “É muito importante, principalmente nessa fase. Quanto antes as empresas começarem a investir em um menino, ele tem mais oportunidades para jogar fora do país e ganhar mais experiência. O patrocínio conta muito. Quanto mais ajudarem, mais desenvolvem o tênis no país. As empresas não recebem tanto de volta no juvenil, mas no futuro, se pensarem lá na frente, isso poderia acontecer mais.”

     

     

  • Aline e Vanessa Rocha

    Árbitras de linha da Confederação Brasileira de Tênis (CBT)
    e da Federação Internacional de Tênis (ITF), formadas pelo projeto Bola Dentro

    As irmãs Aline e Vanessa Rocha, de 24 e 27 anos, conheceram o tênis por acaso. Moradoras de um bairro vizinho ao Parque Villa Lobos, em São Paulo, elas foram até o local em 2005 após ouvirem falar de um projeto que dava aulas de vôlei no parque – que na verdade não existia. O que elas encontraram foi o Bola Dentro, que ensinava o tênis. Assim começou a história delas com o esporte – que teve como auge a atuação das duas como árbitras de linha no US Open 2018 – um dos quatro Grand Slams, os torneios mais importantes no circuito do tênis.

     

    Após encontrarem o projeto, as duas e alguns amigos foram convidadas pelo fundador, Agostinho Carvalho, a participarem de uma aula teste. “Eu nunca tinha visto uma raquete. Na primeira aula ficou todo mundo encantado. O esporte parecia legal, diferente. Tudo começou com uma brincadeira”, diz Aline, que na época tinha 11 anos.

     

    As duas começaram a participar ativamente do projeto, e logo começaram a trabalhar como boleiras em torneios menores. A primeira grande oportunidade surgiu durante os jogos do Aberto de São Paulo, na época um torneio challenger do calendário da ATP, a associação dos tenistas profissionais.

     

    “No Aberto de São Paulo conhecemos o tênis profissional e vimos outras possibilidades, não só jogar. Foi quando tivemos contato com os árbitros, e isso começou a nos encantar. Comecei a ver como carreira”, diz Aline. O mesmo aconteceu com Vanessa. “Eu joguei alguns torneios pela federação paulista até os 16 anos, mas não tive tanto sucesso, talvez pela idade com a qual eu comecei a jogar tênis”, conta.

     

    O primeiro passo na arbitragem aconteceu quando o coordenador da Confederação Brasileira de Tênis, Ricardo Reis, foi ao Bola Dentro para falar sobre a profissão. “Um tempo depois surgiu uma oportunidade de atuar em um torneio qualificatório, quando um árbitro faltou, e me perguntaram se eu tinha vontade de participar como juíza de linha. Depois disso, continuei pegando bolas e fui selecionada para atuar como juíza de linha em outros torneios”, explica Vanessa.

     

    Nos anos seguintes, as irmãs seguiram trabalhando como boleiras em diversos torneios no Brasil, até que surgiram oportunidades para que elas atuassem como juízas de linha não só em São Paulo, mas também em outros estados – o que concretizou a possibilidade de seguir no tênis e participar do esporte não só como jogadoras.

     

    “Esse é o sonho, mas uma realidade que naquele momento era mais distante da gente. Não tínhamos dinheiro para jogar os torneios da federação, por exemplo, não tinha como viajar para jogar torneios. Percebi que poderia oferecer meu esforço e estudar para me tornar árbitra”, diz Aline.

     

    Desde então, as irmãs fizeram três cursos de arbitragem da Federação Internacional de Tênis e começaram a se inscrever em torneios internacionais. O ápice aconteceu em 2018, quando ambas foram selecionadas para o US Open – e Vanessa foi chamada para atuar como juíza de linha na final masculina, disputada entre Novak Djokovic e Juan Martin del Potro.

     

    “Acredito que consegui trabalhar bem, porque a seleção para trabalhar nas finais do torneio base nas avaliações que os juízes recebem durante o torneio. Foi a maior experiência que eu tive até agora, e com certeza o projeto Bola Dentro teve uma importância muito grande, por ter me apresentado o esporte”, diz Vanessa.

     

    “Participar de um Grand Slam é a concretização de um sonho de uma vida mesmo, de conseguir alcançar algo que você achava que era inalcançável e você lutou bastante para estar lá. Graças ao projeto, todo o esforço e todo o apoio que tivemos, conseguimos realizar. Hoje tentamos levar às meninas e meninos dos projetos uma visão de que as coisas podem acontecer sim e vale a pena o esforço”, completa Aline. “Incentivamos muito as pessoas do projeto a continuarem estudando, muitos querem ser professores de tênis, sonham em montar uma academia, e nada disso vai ser possível se eles desistirem antes de começar. Isso é uma mensagem que a gente tenta levar o máximo que pode para eles.”

     

    As irmãs destacam também a importância que os patrocinadores – entre eles, o Itaú Unibanco – têm na formação dos atletas do projeto. “Isso é bastante importante. Eu enfrentei dificuldades e não desisti, mas é isso que a gente não quer que aconteça mais – queremos que todas as crianças sigam sonhando e acreditando que elas podem mudar suas vidas”, diz Aline. “Talvez jamais pudesse ter uma aula de tênis ou assistir algum torneio se não fosse através do projeto. Toda essa minha evolução dentro do tênis desde aprendiz de jogadora e depois como boleira, juiz de linha e juiz de cadeira, sem dúvida o projeto Bola Dentro teve papel essencial”, afirma Vanessa.

  • Thiago Wild

    Tenista profissional, campeão do US Open 2018 na categoria juvenil.
    Atleta do Instituto Tennis Route.

    Uma das atuais promessas do tênis brasileiro, Thiago Wild, de 19 anos, fez história em 2018 ao ser o primeiro brasileiro a ganhar o título da chave juvenil do US Open, um dos quatro Grand Slams, os torneios mais importantes do mundo do tênis. Formado pelo Instituto Tennis Route, ele finalizou o ano como 8º melhor jogador do ranking juvenil mundial – e agora segue no circuito profissional.

     

    Nascido em Marechal Candido Rondon, no Paraná, Thiago teve contato com o tênis desde a infância, por meio de seu pai – que já foi jogador e se tornou professor de tênis. Em 2014, a família se mudou para o Rio de Janeiro para apostar em sua carreira – foi quando ele se tornou atleta do Tennis Route, onde seu pai também dá aulas, e passou a treinar em alto nível.

     

    Thiago desde cedo já tinha grandes resultados no juvenil. Com 14 anos, mesmo com a família sem tantos recursos financeiros, venceu o BNP Paribas Cup em Paris, com final em Roland Garros, um dos maiores torneios na categoria. No mesmo ano fez parte da Seleção Brasileira quarto lugar no Mundial, vencendo todos os jogos até as semifinais contra a poderosa Alemanha.

     

    Em 2016, venceu seu primeiro evento juvenil até 18 anos em Salvador, e em 2017 despontou entre os melhores do mundo sendo finalista do Banana Bowl, o mais tradicional evento nacional com participações de John McEnroe, Andy Roddick, entre outros. Nesse mesmo ano foi campeão do torneio future de Antalya, na Turquia, e vice-campeão em outro evento no mesmo local, seus primeiros títulos no profissional.

     

    Em 2018, Thiago foi semifinalista de Roland Garros juvenil. Meses depois, fez história com o título juvenil do US Open, sendo o primeiro brasileiro a obter tal feito em Nova York em simples na categoria e segundo a vencer um Slam em simples no júnior.

     

    “Quando cheguei aqui [na final do torneio americano], eu apenas me concentrei em mim mesmo e no meu tênis. Eu apenas mantive tudo simples”, disse Thiago após a vitória no US Open, durante coletiva de imprensa. “Acho que foi a primeira vez que joguei em uma quadra tão grande. Mas algo que realmente me ajudou foi a meditação que eu faço antes das minhas partidas e durante todos os pontos. Ganhar um Grand Slam é o maior sonho de todo atleta juvenil. Alcançá-lo na minha última chance torna ainda mais especial, porque sempre sonhei com isto. Agora, tenho que focar na transição para o profissional.”

     

    Em 2018, o atleta foi selecionado para receber uma bolsa de US$ 25 mil do Grand Slam Development Fund, da Federação Internacional de Tênis. A bolsa vale para 2019. A conquista veio após um ano de muitos resultados positivos – além do ápice no US Open juvenil, Thiago foi campeão do Future de São José do Rio Preto, vice no Future de Curitiba e fez quartas de final no Challenger de Campinas, jogando já em entre os profissionais.

     

    Em março de 2019, Thiago figurava em sua melhor posição no ranking profissional da ATP, em 391º lugar – após conseguir sua primeira vitória em um torneio de nível ATP (a Associação Internacional dos Tenistas), no Brasil Open. Entre os profissionais, o atleta tem três conquistas em torneio Challenger e dois títulos de torneios Future.

  • Gilbert Klier Júnior

    Tenista juvenil, campeão sul-americano em 2018.
    Atleta do Instituto Tennis Route

    Gilbert Klier Júnior, de 18 anos, começou a jogar tênis na infância, e na adolescência já se destacou no circuito infanto-juvenil, conquistando títulos. Natural de Brasília, ele atualmente mora no Rio de Janeiro, onde é atleta do Instituto Tennis Route.

     

    No ranking juvenil, chegou ao top 10 no fim de 2018, após um ano de bons resultados, com a conquista do Campeonato Sul-americano Juvenil, em março – quando venceu o então número 2 do ranking – e as quartas de final da chave juvenil de Wimbledon, um dos quatro Grand Slam. O resultado não era alcançado por um brasileiro havia 10 anos.

     

    Ainda em 2018, Gilbert foi campeão do torneio de College Park, nos Estados Unidos, parte do circuito da Federação Internacional de Tênis (ITF), e ganhou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires.

  • Weverton Moreira Leão

    Árbitro de linha da Confederação Brasileira de Tênis (CBT)
    e da Federação Internacional de Tênis (ITF), formado pelo projeto Bola Dentro

    Quando Weverton Leão, hoje com 31 anos, teve seu primeiro contato com o tênis em 2005, jamais imaginou que anos depois estaria viajando o mundo trabalhando com o esporte. Formado pelo projeto Bola Dentro, Weverton começou jogando, depois se tornou professor, participou de torneios nacionais como boleiro e se formou árbitro com certificação da Federação Internacional de Tênis (ITF) – o que o permitiu trabalhar em competições profissionais, como o US Open, um dos quatro Grand Slams, os torneios mais importantes do circuito.

     

    “Eu vivi os torneios como jogador no nível estadual, porque eu não tinha condições de viajar pelo Brasil ou para fora do país. Depois eu conheci a arbitragem, porque trabalhava como boleiro através do Bola Dentro nos torneios profissionais aqui no Brasil”, conta Weverton. “Eu estava trabalhando como boleiro em um torneio e surgiu uma oportunidade para trabalhar como juiz de linha. Eu fui lá, agarrei, fiz o que sabia fazer da melhor forma e deu certo.”

     

    Weverton passou a se especializar, fazendo cursos da Confederação Brasileira de Tênis, e seguiu trabalhando como árbitro em torneios nacionais – conciliando com o trabalho de professor de tênis. Em 2010, ele fez um curso da ITF que lhe deu a certificação White Badge – e permitiu que passasse a atuar em competições internacionais.

     

    “Participar do US Open foi uma das coisas mais incríveis da minha vida, porque era um dos lugares que eu nunca imaginaria chegar antes de eu começar com a arbitragem, até mesmo na época que eu jogava os torneios juvenis, pisar em um Grand Slam”, conta.

     

    Weverton destaca a importância que o projeto Bola Dentro teve em sua formação – não apenas como profissional do tênis. “Ele sempre me transmitiu bons valores, sempre tivemos muita disciplina, muito respeito dentro da quadra. Houve uma cobrança boa em relação aos estudos também, tínhamos que estar em dia na escola, na faculdade, e isso foi de grande importância na minha vida.”

     

    Hoje, além do trabalho como árbitro internacional, ele busca usar sua história para incentivar outros jovens que estão começando ou já traçando um caminho no tênis. “Eu já tive algumas oportunidades que não sei se teria se não estivesse no meio do tênis, junto ao Bola Dentro. Eu já viajei vários países, já fiz uma boa quantidade de Grand Slams, e são lugares que eu não sei se teria condições de ir algum dia. Hoje posso viajar para esses lugares, conhecer pessoas, culturas, cada vez mais enriquecendo minha vida.”

Itaú Unibanco - Comunicação Corporativa
(11) 5019-8880/5019-8881

2019 -  DESENVOLVIDO PELA CONTEÚDO COMUNICAÇÃO

Histórias
de sucesso

  • Matheus Pucinelli
    de Almeida

    Tenista juvenil, campeão de duplas juvenil
    em Roland Garros 2019

    Atleta do Instituto Tênis

    Por Alexandre Cossenza

    Cerca de sete anos atrás, um jovem tenista de Campinas chamava a atenção pelo talento acima da média de sua faixa etária e recebeu um convite para conhecer as instalações do Instituto Tênis, um projeto com sede em Barueri (SP) que busca massificar o esporte levando a modalidade a escolas e procurando crianças com aptidão para a prática esportiva.

     

    Na época, Matheus Pucinelli tinha 11 anos. Ele e sua família gostaram do que viram: um projeto sério, com uma lista de patrocinadores realmente comprometidos em investir na base do esporte - entre eles, o Itaú Unibanco - um programa bem tocado pelo diretor-executivo Cristiano Borelli, com uma equipe técnica liderada por Chico Costa, ex-capitão brasileiro na Copa Davis, e um lema ambicioso: “Todos pelo número 1”. A meta é clara: formar o próximo brasileiro a liderar o ranking mundial.

     

    A relação do jovem Matheus com o IT foi se fortalecendo com o tempo. No começo, o garoto viajava uma hora de Campinas até Barueri uma vez por semana. Depois, duas. Mais tarde, três. Até que, aos 14 anos, se mudou de vez para o alojamento do Instituto (o mesmo usado esporadicamente pela seleção feminina de vôlei), passando a ser acompanhado mais de perto pela equipe composta de preparador físico, fisioterapeuta, psicólogo e nutricionista.

     

    O sucesso da parceria foi inegável. Aos poucos, o tênis de Pucinelli foi ganhando corpo, e o jovem passou a ser um dos principais juvenis do país. Em 2017, ainda com 16 anos, somou seu primeiro ponto no ranking mundial. Em 2019 foi o único brasileiro a entrar direto - sem precisar de convite ou de qualifying - na chave principal juvenil em Roland Garros.

     

    “Hoje, olhando para trás, acho que por conta de eu ter vindo cedo para o Instituto Tênis melhorei com um pacote bem completo. Na parte de disciplina, de morar sozinho; na parte mental, de focar no trabalho; na parte física, que vai melhorando com o tempo; e na parte tenística também. Foi uma evolução geral”, diz Pucinelli.

     

    E o tenista brilhou em Roland Garros. Além de avançar à segunda rodada na chave de simples, foi campeão de duplas ao lado do argentino Thiago Tirante sem perder nenhum set. Antes dele, o único brasileiro a levantar o troféu juvenil em Roland Garros foi Gustavo Kuerten, campeão de duplas em 1994 ao lado do equatoriano Nicolás Lapentti.

     

    Uma conquista relevante e que quase não aconteceu. Em 2018, graças a bons resultados, Pucinelli recebeu uma proposta para trocar o Instituto Tênis pela famosa academia americana IMG, com sede na Flórida, EUA. O jovem e sua família optaram por dar sequência ao trabalho feito em Barueri - o tenista só tem elogios ao trabalho realizado pelo IT e diz que tomou a decisão certa.

     

    “Por conta da estrutura e por conta do comprometimento dos profissionais. Todo mundo trabalha duro para dar o melhor suporte para a gente. Todo mundo está sempre pensando nos aspectos que a gente pode melhorar.”

     

    Roland Garros foi seu penúltimo Grand Slam no juvenil – após o US Open 2019, no fim de agosto, Pucinelli entrará de vez no mundo do tênis profissional. Não será novidade total para ele, que há alguns anos vem mesclando eventos juvenis com torneios do circuito ATP. Em 2019, pouco antes do torneio francês, foi semifinalista em um torneio com premiação de US$ 15 mil em Bucareste, na Romênia. E ele chega para buscar seu lugar na elite sabendo bem o valor do apoio que recebeu do IT e seus patrocinadores.

     

    “É muito importante, principalmente nessa fase. Quanto antes as empresas começarem a investir em um menino, ele tem mais oportunidades para jogar fora do país e ganhar mais experiência. O patrocínio conta muito. Quanto mais ajudarem, mais desenvolvem o tênis no país. As empresas não recebem tanto de volta no juvenil, mas no futuro, se pensarem lá na frente, isso poderia acontecer mais.”

     

     

  • Aline e Vanessa Rocha

    Árbitras de linha da Confederação
    Brasileira de Tênis (CBT) e da Federação Internacional de Tênis (ITF), formadas
    pelo projeto Bola Dentro

    As irmãs Aline e Vanessa Rocha, de 24 e 27 anos, conheceram o tênis por acaso. Moradoras de um bairro vizinho ao Parque Villa Lobos, em São Paulo, elas foram até o local em 2005 após ouvirem falar de um projeto que dava aulas de vôlei no parque – que na verdade não existia. O que elas encontraram foi o Bola Dentro, que ensinava o tênis. Assim começou a história delas com o esporte – que teve como auge a atuação das duas como árbitras de linha no US Open 2018 – um dos quatro Grand Slams, os torneios mais importantes no circuito do tênis.

     

    Após encontrarem o projeto, as duas e alguns amigos foram convidadas pelo fundador, Agostinho Carvalho, a participarem de uma aula teste. “Eu nunca tinha visto uma raquete. Na primeira aula ficou todo mundo encantado. O esporte parecia legal, diferente. Tudo começou com uma brincadeira”, diz Aline, que na época tinha 11 anos.

     

    As duas começaram a participar ativamente do projeto, e logo começaram a trabalhar como boleiras em torneios menores. A primeira grande oportunidade surgiu durante os jogos do Aberto de São Paulo, na época um torneio challenger do calendário da ATP, a associação dos tenistas profissionais.

     

    “No Aberto de São Paulo conhecemos o tênis profissional e vimos outras possibilidades, não só jogar. Foi quando tivemos contato com os árbitros, e isso começou a nos encantar. Comecei a ver como carreira”, diz Aline. O mesmo aconteceu com Vanessa. “Eu joguei alguns torneios pela federação paulista até os 16 anos, mas não tive tanto sucesso, talvez pela idade com a qual eu comecei a jogar tênis”, conta.

     

    O primeiro passo na arbitragem aconteceu quando o coordenador da Confederação Brasileira de Tênis, Ricardo Reis, foi ao Bola Dentro para falar sobre a profissão. “Um tempo depois surgiu uma oportunidade de atuar em um torneio qualificatório, quando um árbitro faltou, e me perguntaram se eu tinha vontade de participar como juíza de linha. Depois disso, continuei pegando bolas e fui selecionada para atuar como juíza de linha em outros torneios”, explica Vanessa.

     

    Nos anos seguintes, as irmãs seguiram trabalhando como boleiras em diversos torneios no Brasil, até que surgiram oportunidades para que elas atuassem como juízas de linha não só em São Paulo, mas também em outros estados – o que concretizou a possibilidade de seguir no tênis e participar do esporte não só como jogadoras.

     

    “Esse é o sonho, mas uma realidade que naquele momento era mais distante da gente. Não tínhamos dinheiro para jogar os torneios da federação, por exemplo, não tinha como viajar para jogar torneios. Percebi que poderia oferecer meu esforço e estudar para me tornar árbitra”, diz Aline.

     

    Desde então, as irmãs fizeram três cursos de arbitragem da Federação Internacional de Tênis e começaram a se inscrever em torneios internacionais. O ápice aconteceu em 2018, quando ambas foram selecionadas para o US Open – e Vanessa foi chamada para atuar como juíza de linha na final masculina, disputada entre Novak Djokovic e Juan Martin del Potro.

     

    “Acredito que consegui trabalhar bem, porque a seleção para trabalhar nas finais do torneio base nas avaliações que os juízes recebem durante o torneio. Foi a maior experiência que eu tive até agora, e com certeza o projeto Bola Dentro teve uma importância muito grande, por ter me apresentado o esporte”, diz Vanessa.

     

    “Participar de um Grand Slam é a concretização de um sonho de uma vida mesmo, de conseguir alcançar algo que você achava que era inalcançável e você lutou bastante para estar lá. Graças ao projeto, todo o esforço e todo o apoio que tivemos, conseguimos realizar. Hoje tentamos levar às meninas e meninos dos projetos uma visão de que as coisas podem acontecer sim e vale a pena o esforço”, completa Aline. “Incentivamos muito as pessoas do projeto a continuarem estudando, muitos querem ser professores de tênis, sonham em montar uma academia, e nada disso vai ser possível se eles desistirem antes de começar. Isso é uma mensagem que a gente tenta levar o máximo que pode para eles.”

     

    As irmãs destacam também a importância que os patrocinadores – entre eles, o Itaú Unibanco – têm na formação dos atletas do projeto. “Isso é bastante importante. Eu enfrentei dificuldades e não desisti, mas é isso que a gente não quer que aconteça mais – queremos que todas as crianças sigam sonhando e acreditando que elas podem mudar suas vidas”, diz Aline. “Talvez jamais pudesse ter uma aula de tênis ou assistir algum torneio se não fosse através do projeto. Toda essa minha evolução dentro do tênis desde aprendiz de jogadora e depois como boleira, juiz de linha e juiz de cadeira, sem dúvida o projeto Bola Dentro teve papel essencial”, afirma Vanessa.

  • Thiago Wild

    Tenista profissional, campeão do
    US Open 2018 na categoria juvenil.
    Atleta do Instituto Tennis Route.

    Uma das atuais promessas do tênis brasileiro, Thiago Wild, de 19 anos, fez história em 2018 ao ser o primeiro brasileiro a ganhar o título da chave juvenil do US Open, um dos quatro Grand Slams, os torneios mais importantes do mundo do tênis. Formado pelo Instituto Tennis Route, ele finalizou o ano como 8º melhor jogador do ranking juvenil mundial – e agora segue no circuito profissional.

     

    Nascido em Marechal Candido Rondon, no Paraná, Thiago teve contato com o tênis desde a infância, por meio de seu pai – que já foi jogador e se tornou professor de tênis. Em 2014, a família se mudou para o Rio de Janeiro para apostar em sua carreira – foi quando ele se tornou atleta do Tennis Route, onde seu pai também dá aulas, e passou a treinar em alto nível.

     

    Thiago desde cedo já tinha grandes resultados no juvenil. Com 14 anos, mesmo com a família sem tantos recursos financeiros, venceu o BNP Paribas Cup em Paris, com final em Roland Garros, um dos maiores torneios na categoria. No mesmo ano fez parte da Seleção Brasileira quarto lugar no Mundial, vencendo todos os jogos até as semifinais contra a poderosa Alemanha.

     

    Em 2016, venceu seu primeiro evento juvenil até 18 anos em Salvador, e em 2017 despontou entre os melhores do mundo sendo finalista do Banana Bowl, o mais tradicional evento nacional com participações de John McEnroe, Andy Roddick, entre outros. Nesse mesmo ano foi campeão do torneio future de Antalya, na Turquia, e vice-campeão em outro evento no mesmo local, seus primeiros títulos no profissional.

     

    Em 2018, Thiago foi semifinalista de Roland Garros juvenil. Meses depois, fez história com o título juvenil do US Open, sendo o primeiro brasileiro a obter tal feito em Nova York em simples na categoria e segundo a vencer um Slam em simples no júnior.

     

    “Quando cheguei aqui [na final do torneio americano], eu apenas me concentrei em mim mesmo e no meu tênis. Eu apenas mantive tudo simples”, disse Thiago após a vitória no US Open, durante coletiva de imprensa. “Acho que foi a primeira vez que joguei em uma quadra tão grande. Mas algo que realmente me ajudou foi a meditação que eu faço antes das minhas partidas e durante todos os pontos. Ganhar um Grand Slam é o maior sonho de todo atleta juvenil. Alcançá-lo na minha última chance torna ainda mais especial, porque sempre sonhei com isto. Agora, tenho que focar na transição para o profissional.”

     

    Em 2018, o atleta foi selecionado para receber uma bolsa de US$ 25 mil do Grand Slam Development Fund, da Federação Internacional de Tênis. A bolsa vale para 2019. A conquista veio após um ano de muitos resultados positivos – além do ápice no US Open juvenil, Thiago foi campeão do Future de São José do Rio Preto, vice no Future de Curitiba e fez quartas de final no Challenger de Campinas, jogando já em entre os profissionais.

     

    Em março de 2019, Thiago figurava em sua melhor posição no ranking profissional da ATP, em 391º lugar – após conseguir sua primeira vitória em um torneio de nível ATP (a Associação Internacional dos Tenistas), no Brasil Open. Entre os profissionais, o atleta tem três conquistas em torneio Challenger e dois títulos de torneios Future.

  • Gilbert Klier Júnior

    Tenista juvenil, campeão
    sul-americano em 2018.
    Atleta do Instituto Tennis Route

    Gilbert Klier Júnior, de 18 anos, começou a jogar tênis na infância, e na adolescência já se destacou no circuito infanto-juvenil, conquistando títulos. Natural de Brasília, ele atualmente mora no Rio de Janeiro, onde é atleta do Instituto Tennis Route.

     

    No ranking juvenil, chegou ao top 10 no fim de 2018, após um ano de bons resultados, com a conquista do Campeonato Sul-americano Juvenil, em março – quando venceu o então número 2 do ranking – e as quartas de final da chave juvenil de Wimbledon, um dos quatro Grand Slam. O resultado não era alcançado por um brasileiro havia 10 anos.

     

    Ainda em 2018, Gilbert foi campeão do torneio de College Park, nos Estados Unidos, parte do circuito da Federação Internacional de Tênis (ITF), e ganhou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires.

  • Weverton Moreira Leão

    Árbitro de linha da Confederação
    Brasileira de Tênis (CBT) e da Federação Internacional de Tênis (ITF), formado
    pelo projeto Bola Dentro

    Quando Weverton Leão, hoje com 31 anos, teve seu primeiro contato com o tênis em 2005, jamais imaginou que anos depois estaria viajando o mundo trabalhando com o esporte. Formado pelo projeto Bola Dentro, Weverton começou jogando, depois se tornou professor, participou de torneios nacionais como boleiro e se formou árbitro com certificação da Federação Internacional de Tênis (ITF) – o que o permitiu trabalhar em competições profissionais, como o US Open, um dos quatro Grand Slams, os torneios mais importantes do circuito.

     

    “Eu vivi os torneios como jogador no nível estadual, porque eu não tinha condições de viajar pelo Brasil ou para fora do país. Depois eu conheci a arbitragem, porque trabalhava como boleiro através do Bola Dentro nos torneios profissionais aqui no Brasil”, conta Weverton. “Eu estava trabalhando como boleiro em um torneio e surgiu uma oportunidade para trabalhar como juiz de linha. Eu fui lá, agarrei, fiz o que sabia fazer da melhor forma e deu certo.”

     

    Weverton passou a se especializar, fazendo cursos da Confederação Brasileira de Tênis, e seguiu trabalhando como árbitro em torneios nacionais – conciliando com o trabalho de professor de tênis. Em 2010, ele fez um curso da ITF que lhe deu a certificação White Badge – e permitiu que passasse a atuar em competições internacionais.

     

    “Participar do US Open foi uma das coisas mais incríveis da minha vida, porque era um dos lugares que eu nunca imaginaria chegar antes de eu começar com a arbitragem, até mesmo na época que eu jogava os torneios juvenis, pisar em um Grand Slam”, conta.

     

    Weverton destaca a importância que o projeto Bola Dentro teve em sua formação – não apenas como profissional do tênis. “Ele sempre me transmitiu bons valores, sempre tivemos muita disciplina, muito respeito dentro da quadra. Houve uma cobrança boa em relação aos estudos também, tínhamos que estar em dia na escola, na faculdade, e isso foi de grande importância na minha vida.”

     

    Hoje, além do trabalho como árbitro internacional, ele busca usar sua história para incentivar outros jovens que estão começando ou já traçando um caminho no tênis. “Eu já tive algumas oportunidades que não sei se teria se não estivesse no meio do tênis, junto ao Bola Dentro. Eu já viajei vários países, já fiz uma boa quantidade de Grand Slams, e são lugares que eu não sei se teria condições de ir algum dia. Hoje posso viajar para esses lugares, conhecer pessoas, culturas, cada vez mais enriquecendo minha vida.”

Itaú Unibanco - Comunicação Corporativa
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